Mensagem

Oração: Paradigma na relação com Deus 


“E, guando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas sinagogas, e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto, e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.” (Mt 6.5, 6)
Jesus não está ensinando uma oração privada individualista, mas procurando desmascarar a futilidade do uso publicitário da oração para o prestígio pessoal. Era assim o estilo dos hipócritas; “...gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens” (v. 5).
Qual a primeira recomendação para os discípulos de Jesus, sobre a oração?
Não orar como os hipócritas
“Tu, porém quando orares entra no teu quarto, e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai que te vê em secreto, te recompensará.” (v. 6)
O termo grego utilizado para quarto, “tameion”, é mais sugestivo do que quarto. “Tameion” é um depósito subterrâneo; aquele ambienta da casa onde guardamos nossas quinquilharias, ou algum tesouro escondido – por isso, lugar de acesso somente dos mais íntimos. Lugar onde ficamos despidos e não sentimos necessidade de nenhuma capa. Orar “no tameion” não é apenas orar num lugar, é orar com uma condição interior de total transparência diante do Pai. É o estado de ser acolhido pelo Pai na privacidade da vida, na intimidade solitária, na experiência em que não se consegue encenar, até por que, Ele conhece em secreto quem nós somos, de fato. Orar no “lugar secreto” é a oração confidencial, aquela que somente o Pai percebe. É uma disciplina espiritual que nos ajuda crucificar o exibicionismo o a hipocrisia.
Sendo assim, orar já não depende de ambiente e sim de ambiência. E, se é de ambiência, não depende do lugar, gestos e formas. Podemos orar no quarto ou fora dele, ajoelhados ou não, rosto em terra, com lágrimas ou sem lágrimas. Seja este lugar um deserto solitário ou uma noite silenciosa, o importante e significativo na oração é manter uma relação intima de total apreciação pelo Pai. Orar “no tameion” é recolher-se aos sentimentos não cognitivos, não decodificáveis, usufruídos e fluidos no silencio de lugar secreto.

Extraído do livro: “Ser é o bastante” do Pr. Carlos Queiroz
Postado por: Raony Santos – aluno CTMDT